
Quando olhamos a escuridão dos dias, os sois que se apagam em nossa alma a cada descer do astro no horizonte…
Quando sentimos o peso da escuridão que vela nossos sonhos e dos passos que nos afastam a cada dia mais daqueles dias que ao que parece jamais virão, neste momento o sentimento de tortura e de amargor toma os deprimidos.
A todos os que ainda não foram diagnosticados por Deus como loucos, esta sensação de um dia perdido (o ensaio de uma vida perdida) surge, e é como um soco no estômago, um gosto ruim na boca, uma lama pegajosa que segura aos pés e tanto nos impede de mover quanto de descansar já que não podemos deitar. Assim, continuamos alertas, noite a dentro… Continuamos em vigília, despertos pelo medo e pela raiva. E como toda fúria sem um alvo e sem uma solução torna-se tola, então rimos sem sabor de nós mesmos e nos afundamos ainda mais deprimidos pela impotência que nos faz covardes e mortos.
— Marcelo Jatobá de A. Jr.