CIÊNCIA

Amar a ciência é amar a Incerteza, é abraçar a angústia da dúvida e dedicar-se a uma busca constante, sem garantias de que se chegará a um fim luminoso.

O cientista (tal como filosofo) tem de se acostumar a habitar um constante jogo de luzes e sombras, um chiaroscuro epistemológico que é o próprio estado natural da mente humana, fruto deste mundo de dualismos.

Precisamos aceitar que é na viagem, e não na chegada, onde se desenrola o destino terreno dos homens, bem como de todos os seus conhecimentos que se encerram neste domínio.

Entretanto, a inversão deste imaginário científico, tornou-se basilar para uma remodelação civilizacional, e isto pode ser notado em 2 grandes e comuns erros de raciocínio:

Primeiro ao “torna-La” — através de maliciosos instrumentos linguísticos — um Ente dotado de vida própria, um deus desde o qual emanam todas as respostas sem quaisquer influencias humanas;

Segundo, ao os sacerdotes da ciência (os cientistas que falam em nome de uma elite política-econômica) excomungarem da sociedade quaisquer indivíduos que não concordem com a submissão absoluta e irrestrita diante de suas opiniões sagradas, ainda que estas exijam a concordância com absurdos e negar as verdades empíricas mais óbvias.

Deste modo, não há ciência que não seja aquela feita pelos ungidos.

Pois bem, estas mesmas são as provas cabais da “histeria” que se tornou o estado psicológico de grande parte dos nossos intelectuais públicos, de seus soberbos seguidores e até mesmo do “homem comum”, outrora imune a tais influências, porém hoje pseudo-alfabetizado, amante dos jornais da TV e de seu emprego burguês (e da necessária aprovação dos pares), tornou-se mais um a engrossar as fileiras da insensatez.

Aliás, cabe a nós continuamente ridicularizar e desmascarar tudo isto que de fato é ridículo e trágico, e isto não é tanto como uma medida de ataque quanto é uma medida de defesa de nossa própria consciência para que gradativamente não capitulemos aos ataques onipresentes desta loucura que tomou conta de nossa civilização.

— Marcelo Jatobá A. Jr.

@_poettika

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